SARAMPO: A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO
Nos últimos meses, muito se tem comentado sobre o surto de sarampo, que voltou a assombrar o Brasil, depois de ser considerado erradicado em 2016 pela OMS (Organização Mundial da Saúde). As Américas tinham recebido uma declaração do Comitê Internacional de Especialistas como livres da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015, e do sarampo, em 2016. Mas o vírus voltou a circular em 11 países das Américas em 2018. A Venezuela é o país com maior incidência da doença, concentrando 85% dos casos. Devido à crise financeira e política no país, muitos venezuelanos têm buscado abrigo em países vizinhos, entre eles o Brasil, o que pode ter ajudado a disseminar a doença.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa e muito comum na infância. Continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças pequenas em todo o mundo, apesar de haver uma vacina segura e eficaz disponível.
Os novos casos de sarampo têm relação direta com a baixa adesão das campanhas de vacinação durante a infância, como a Tríplice Viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. Segundo dados da Datasus, a segunda dose da Tríplice Viral não atinge sua meta de 95% desde 2012, deixando a população vulnerável, já que apenas a primeira dose não é suficiente para a proteção total do organismo. Dos três vírus combatidos pela vacina tríplice viral, o sarampo é considerado o mais perigoso. E por ser de alto contágio, é preciso que pelo menos 95% das pessoas tenham sido vacinadas no Brasil para que o sarampo não se espalhe. Caso contrário, basta ter uma única pessoa não vacinada em uma cidade para que o vírus trazido por um infectado consiga chegar a ela.
Transmissão
A doença é contraída através de partículas respiratórias por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou de gargantas infectadas. Além disso, nem todos infectados apresentam os sintomas, que podem ser dores musculares, tosse forte e seca, fadiga, febre, coriza, dor de cabeça, sensibilidade à luz e, o mais característico, erupções ou manchas vermelhas na pele.
O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas.
Tratamento
Não existe tratamento antiviral específico contra o vírus do sarampo. Reposição hídrica, sintomáticos e antibióticos podem ser necessários. Todas as crianças com diagnóstico de sarampo devem receber duas doses de suplementos de vitamina A, com intervalo de 24 horas.
Prevenção
A vacinação é a melhor forma de proteção contra o sarampo. A vacina faz parte do Calendário Básico de Vacinação.
Doses:
12 meses de idade – vacina Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
15 meses – vacina Tetraviral (segunda dose da vacina tríplice e uma dose da varicela).
Crianças até quatro anos de idade, com atraso na vacinação, poderão receber a vacina com o componente Varicela.
De 5 até os 29 anos de idade, duas doses da vacina Tríplice viral.
Pessoas de 30 a 49 anos de idade devem receber uma dose de tríplice viral.
Os indivíduos acima de 50 anos provavelmente tiveram a doença e estariam imunizados pelas altas taxas de vacinação nos mais jovens. Mas nada impede que procurem orientação ou vacina, individualmente.